Tema 5 – Reservar e Recuperar o Ambiente
Poluição:
Factores de toxicidade:
1. Dose: é a quantidade de substância ingerida, inalada ou absorvida
através da pele.
a. Dose Letal é a que causa a morte de um organismo. No caso
humano depende de vários factores, o sexo, a idade, o estado de
saúde.
b. Dose Letal média: LD50 é a concentração de uma substância que
provoca a morte de 50% de uma população em 14 dias. Um
veneno é uma substância cuja LD50 é menor ou igual que
50mg/kg de peso corporal.
2. Solubilidade: Substâncias tóxicas dissolvidas na água são mais
facilmente absorvidas, mas mais fáceis de eliminar do que as substâncias
dissolvidas em lípidos.
3. Persistência: As substâncias tóxicas persistentes têm efeitos mais
prolongados.
4. Bioacumulação
5. Bioampliação
6. Interacção com outras substâncias:
a. Sinergismo: interacção multiplica o efeito da substância
b. Antagonismo: interacção diminui o efeito da susbtância
Efeito agudo: reacção rápida e imediata, pode ir de uma erupção cutânea á
morte
Efeito crónico: permanente ou duradouro, com lesões renais ou hepáticas
Tipos de Agentes Tóxicos:
1. Mutagénico: radiações ionizantes, raios X
2. Teratogénico: defeitos no embrião – metais pesados como chumbo e
arsénio, polifenóis biclorados
3. Cancerígeno: indução de alterações do DNA
4. Alergénico: veneno de insectos
5. Asfixiante: impede captação de oxigénio – monóxido de carbono
6. Neurotóxico: afecta sistema nervoso – DDT, chumbo, mercúrio
7. Irritante: irrita a pele – detergentes
Estudo epidemiológico: compara a saúde de um grupo de indivíduos expostos
a um agente tóxico com outro grupo de controlo, o mais semelhante possível ao
primeiro.
Muitas substâncias têm efeitos insignificantes sobre a saúde em baixas
concentrações e acentuados para concentrações elevadas. Isto deve-se a facto de
organismo ter mecanismos de destruição, diluição e excreção de substâncias; as
células terem enzimas que reparam o DNA; as células de algumas regiões do
organismo, como a pele, os revestimentos do sistema digestivo, multiplicam-se
a velocidade elevada.
Poluição atmosférica:
Troposfera: camada mais baixa de atmosfera e mais densa.
Estratosfera: sobrepõe-se à troposfra, é mais rarefeita e contém maior
concentração de ozono.
Poluentes primários: emitidos directamente para a troposfera
Poluentes secundários: resultam da reacção dos poluentes primários com o ar,
formando novos componentes – exemplo: ozono troposférico com efeitos
nocivos no sistema respiratório
Chuvas ácidas:
Dióxido de enxofre SO2 e óxidos de azoto NO produzidos pela queima de
combustíveis fósseis em centrais termoeléctricas, a indústria e os transportes
rodoviários reagem com o vapor de água atmosférico e originam ácido
sulfúrico e ácido nítrico. Destroem as florestas, desequilibram os ecossistemas,
fazem aumentar as doenças respiratórias, libertam metais pesados das
canalizações para a água de consumo público, degradam monumentos.
Efeito de Estufa:
Os principais responsáveis pelo efeito de estufa são o CO2 e o vapor de água.
CO2 com origem na queima de produtos fósseis, queima de florestas para obter
terrenos agrícolas, metano CH4 originado pelas plantações de arroz e na
pecuária, óxido nitroso N2O originado dos combustíveis fósseis, fertilizantes
químicos e pecuária e os Clorofluorcarbonetos CFC utilizados nos propulsores
dos aerossóis e em gases de refrigeração.
O aumento destes gases origina o aquecimento global do planeta – aumento
do nível das águas, alterações climáticas, fenómenos extremos como secas,
inundações, alterações dos ecossistemas.
Rarefacção do ozono estratosférico:
Libertação de CFC para a atmosfera é o principal factor. Os CFC são compostos
estáveis com C,F e Cl. Na estratosfera, o efeito das radiações UV torna-os
instáveis e faz com que reajam como ozono O3, transformando-o em O2 e O,
de uma maneira cíclica. Cada molécula de CFC pode permanecer na
estratosfera por dezenas de anos.
A redução do ozono estratosférico aumenta a incidência dos raios UV na terra,
aumentando as queimaduras solares, as cataratas, os cancros, os problemas de
sistema imunitário.
Poluição aquática:
Fontes localizadas: indústria, ETAR
Fontes dispersas: cidades, zonas agrícolas
Cursos de água superficiais: conseguem recuperar com alguma facilidade da
poluição causada por substâncias biodegradáveis devido à diluição e
decomposição bacteriana.
Lagos e albufeiras: ficam eutrofizados com excesso de nutrientes. A
eutrofização pode ser cultural (resultante de actividades humanas como
aplicação de nitratos e fosfatos em zonas agrícolas, efluentes das ETAR) ou
natural. A falta de oxigénio resultante da actividade das bactérias aeróbias
provoca a morte dos organismos.
Águas subterrâneas: recuperam muito dificilmente, pois o seu fluxo é muito
lento. A sua contaminação é muito grave em saúde pública.
Oceanos: não têm capacidade infinita, certos poluentes sofrem bioacumulação e
bioampliação.
Carência Bioquímica em Oxigénio (CBO): é a quantidade de oxigénio
dissolvido necessária aos decompositores aeróbios para decompor os materiais
orgânico num certo volume de água. Normalmente é aos 5 dias e a 20ºC.
É um indicador da quantidade de matéria orgânica biodegradável presente na
água. Quanto maior a CBO, maior é a concentração em matéria orgânica.
Contagem de bactérias coliformes fecais: é o número de colónias de Escheria
coli existentes num dado volume de água. A água de consumo humano não
pode ter bactérias fecais. As águas balneares são classificadas de acordo com os
níveis destas bactérias.
Tratamento de resíduos:
Resíduos Sólidos Urbanos:
1. Aterros Sanitários: Onde são depositados resíduos sólidos compactados
abaixo da superfície do terreno. Os aterros devem ser construídos em
locais com características geológicas adequadas e revestidos com
materiais impermeáveis. Os gases produzidos pelas bactérias (biogás)
podem ser usados na obtenção de energia. Podem contaminar águas
residuais, apesar de serem de construção rápida, grande capacidade e
baixos custos de manutenção.
2. Incineração: combustão de resíduos a altas temperaturas. Reduzem o
volume de lixos e requerem pouco espaço, mas aumenta a poluição
atmosférica e são caros.
3. Reciclagem: Recolha e processamento de resíduos. Os produtos podem
ser do mesmo tipo ou convertidos em outros. Permite poupar materiais e
energia, reduzir os resíduos, proteger os ecossistemas.
4. Compostagem: Decomposição em condições adequadas de resíduos
orgânicos por bactérias anaeróbias. Obtém-se um produto estável,
chamado composto e pode ser usado no melhoramento de solos.
Águas residuais:
ETAR:
1. Tratamento primário: processo mecânico que remove materiais sólidos
de grande dimensão e outros em suspensão por filtragem e decantação
2. Tratamento secundário: processo biológico em que as bactérias aeróbias
e anaeróbias eliminam 90% da matéria orgânica dissolvida. As bactérias
decompositoras podem ser incluídas em lamas activadas que podem ser
misturadas com as águas resultantes do tratamento primário e originar
os tanques de percolação.
3. Tratamento terciário: tratamento físico ou químico para remover
poluentes específicos. Nem sempre é usado por ser muito caro.
Antes de ser devolvida ao ambiente a água é desinfectada com cloro ou
radiações UV para matar os microrganismos. As lamas são sujeitas a
compostagem e podem ser usadas como fertilizante. O biogás produzido
pelas bactérias anaeróbias durante o tratamento secundário ou a
compostagem de lamas, pode ser usado para obter energia.
Crescimento da população humana e sustentabilidade:
Existe um crescimento exponencial da população humana associado ao
consumo massivo de recursos do planeta. Globalmente, existe uma diminuição
da taxa de mortalidade maior do que da taxa de natalidade.
Os países em vias de desenvolvimento apresentam pirâmides etárias com bases
largas e contribuíram para o crescimento das populações durante o século XXI.
Os países desenvolvidos apresentam base estreita, população envelhecida,
problemas futuros de trabalho, de encargos sociais.
A emigração de pessoas dos países em vias de desenvolvimento para os países
desenvolvidos poderá ajudar a resolver os problemas.
Uma sociedade sustentável é aquela que é capaz de assegurar a satisfação das
necessidades básicas da população sem comprometer a satisfação das
populações futuras.
O seu desenvolvimento prende-se com a utilização dos recursos renováveis a
uma taxa inferior à sua reposição na natureza, uma utilização mais eficiente dos
recursos renováveis, prevenção da poluição, protecção das espécies e dos seus
habitats, estabilização da população.