Tema 1 – Reprodução e Manipulação da Fertilidade
A Espermatogénese ocorre nos túbulos seminíferos dos testículos, inicia-se na
puberdade e prolonga-se por toda a vida.
A localização dos testículos fora do corpo, faz com que estejam expostos a uma
temperatura favorável para a produção de espermatozóides (menos 2ºC que o
organismo).
Os testículos são revestidos externamente por uma cápsula albugínea que
forma septos incompletos. Os septos dividem os testículos em cerca de 300 a
400 lóbulos de forma cónica.
Nos lóbulos existem os túbulos seminíferos, onde são produzidos os
espermatozóides e as células de Leydig, que produzem hormonas masculinas
ou androgénios. O principal androgénio é a testosterona.
Dentro dos túbulos seminíferos existem dois tipos de células: as germinativas e
as de Sertoli.
As células de Sertoli são células de grandes dimensões que se prolongam
desde a periferia até ao lúmen dos túbulos seminíferos e as suas membranas
aderem umas às outras .
Entre as células de Sertoli existem as espermatogónias, que proliferam
continuamente. Uma parte das espermatogónias sofre diferenciação que leva à
formação dos espermatozóides.
O desenvolvimento dos espermatozóides ocorre da periferia para o centro do
túbulo seminífero.
A Espermatogénese tem 4 fases:
1. Multiplicação: as espermatogónias dividem-se continuamente por
mitose, aumentando em número. Este processo inicia-se na puberdade.
2. Crescimento: algumas espermatogónias iniciam um processo de intensa
biossíntese, aumentam de tamanho e acumulam substâncias de reserva,
passando a chamar-se espermatócitos I – células diplóides.
3. Maturação: os espermatócitos I sofrem a primeira divisão da meiose,
passado a dois espermatócitos II. Cada um dos espermatócitos II sofre a
segunda divisão da meiose e origina dois espermatídeos.
4. Diferenciação: Os espermatídeos sofrem a espermiogénese, processo de
diferenciação mediante o qual desenvolvem uma cabeça, uma peça
intermédia e uma cauda, constituindo um espermatozóide.
Assim: uma espermatogónia origina um espermatócito I, que se divide por
meiose e origina dois espermatócitos II no final da primeira divisão e cada uma
desses espermatócitos II origina dois espermatídeos, que originam um
espermatozóide cada. Portanto, uma espermatogónia origina 4
espermatozóides.
Os espermatozóides são células alongadas com 3 regiões:
1. Cabeça: onde se localiza o núcleo, contendo os cromossomas. Possuí na
extremidade uma cápsula chamada acrossoma, que contém enzimas
hidrolíticas necessárias à penetração no oócito.
2. Peça intermédia: com numerosas mitocôndrias que produzem o ATP
necessário para o movimento do espermatozóide.
3. Cauda: flagelo que se movimenta.
Os espermatozóides são libertados no lúmen dos túbulos seminíferos.
As células de Sertoli possuem receptores de testosterona e recebem
testosterona produzida pelas células de Leydig.
As células de Sertoli controlam o processo de espermiogénese. Contribuem
para a nutrição das células germinativas e isolam os espermatozóides do
sistema imunitário.
A testosterona influencia:
O desenvolvimento das estruturas reprodutoras e a manutenção das suas
capacidades funcionais;
O desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários;
O controlo da formação de espermatozóides;
A maior probabilidade no desenvolvimento de comportamentos, como a
agressividade.
Os espermatozóides são lançados para o lúmen dos túbulos seminíferos e daí
para o epidídimo, onde amadurecem e são armazenados. Passam depois para
os canais deferentes, onde se juntam os líquidos produzidos pelas vesículas
seminais e pela próstata e daí para a uretra.
As vesículas seminais produzem o líquido seminal, rico em açúcares e
alcalino.
A Próstata produz o líquido prostático, alcalino que é lançado na uretra.
As Glândulas de Cowper segregam uma substância mucosa que é expulsa
antes da ejaculação e que neutraliza a acidez da uretra.
Regulação Hormonal:
1. Neurónios do hipotálamo libertam GnRH para a hipófise.
2. O aumento da concentração de GnRH leva à segregação das hormonas
gonadotróficas pela hipófise anterior: LH e FSH.
3. LH estimula as células de Leydig a produzir testosterona.
4. FSH liga-se ás células de Sertoli e estimula o desenvolvimento dos
espermatozóides.
Retroalimentação negativa: níveis elevados de testosterona inibem a secreção
de GnRH pelo hipotálamo e as concentrações de LH e FSH baixam.
Gónadas – são os testículos, constituídos por túbulos seminíferos enovelados
que produzem espermatozóides e hormonas masculinas. Localizam-se no
escroto.
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